Perca peso, adote uma alimentação balanceada e dê adeus ao sedentarismo, ou enfrente uma batalha com a Síndrome Metabólica (SM), conjunto de fatores de riscos à saúde física, como a obesidade, alteração na glicose do sangue e do colesterol e aumento da pressão arterial, que abre espaço para o desenvolvimento do diabetes, AVC (Acidente Vascular Cerebral), trombose arterial e até infarto agudo do miocárdio.
Segunda as endocrinologistas Cláudia Chang e Suemi Marui, a principal vilã é a obesidade, sobretudo aquela que se deposita no abdômen, denominada “obesidade visceral”, que aumenta o grau de resistência insulínica. “Como a insulina não age de forma adequada, o órgão que a produz, ao pâncreas, tem que aumentar muito a quantidade produzida para conseguir vencer esta resistência”, explica.
São considerados portadores da síndrome pessoas que apresentam três das cinco características: triglicérides maior ou igual a 150 mg/dL (miligramas de glicose por decilitro de sangue); pressão arterial maior ou igual a 13 x 08; glicemia de jejum maior ou igual a 100 mg/dL; colesterol bom(HDL) abaixo de 40 mg/dL (homens) e menor que 50 mg/dL (mulheres); e circunferência abdominal maior ou igual a 102 cm (homens) e 88 cm (mulheres).
A endocrinologista Marui acrescenta que indivíduos predispostos geneticamente, ou seja, com histórico familiar da doença, mulheres na pós-menopausa, fumantes e aqueles que fazem uso de medicamentos antipsicóticos, como a clozapina, a probabilidade de desenvolver a síndrome é ainda maior.
“Não há como evitá-la completamente, mas a melhor forma de prevenção é adotar hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de atividades físicas e uma alimentação balanceada”, complementa a endocrinologista Chang, acrescentando que o primeiro sinal de alerta é o aumento da circunferência abdominal.
O número de pessoas acometidas aumentou nas últimas décadas, justamente por causa da ampliação, em âmbito global, do número de obesos, sobretudo nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil. Para que você não fique dentro dessa estatística e tenha de tratar da Síndrome Metabólica, o caminho a ser seguido, o quanto antes, é o da mudança do estilo de vida.
Comece a prestar atenção em sua dieta alimentar. “Evite, a todo custo, alimentos ultraprocessados que, em sua composição, apresentem muito açúcar, gordura saturada, sódio e substâncias químicas como conservantes, aromatizantes e estabilizantes, e os com menos fibras do que o recomendado”, instrui a nutricionista Juliana Christofolini.
E a lista dos alimentos proibidos é extensa:
:: Biscoitos, bolos, sorvetes e chocolates;
:: Salgadinhos, temperos prontos e molhos para salada;
:: Macarrão instantâneo, refrigerantes e pratos pré-preparados,;
:: Hambúrgueres, enlatados, sopas prontas;
:: Requeijão, margarina e embutidos (mortadela, salame, presunto e salsicha).
A nutricionista faz um alerta: “Muitos produtos citados fazem parte da rotina alimentar de muitas crianças, o que pode levar ao desenvolvimento de uma Síndrome Metabólica futura”. Portanto, crianças e adultos, atenção aos alimentos à mesa.
Christofolini recomenda ingerir em abundância alimentos frescos e naturais:
:: Frutas, legumes, verduras, cereais (arroz, milho e trigo);
:: Leguminosas (feijão) e proteína (carnes, ovos, leite e derivados);
:: Gorduras boas presentes em azeites, castanhas e sementes.
MAS ATENÇÃO: uma dieta balanceada deve ser prescrita por um nutricionista, de forma personalizada, respeitando o perfil da cada paciente.
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