ACM São Paulo

Ainda o mesmo peso?

Se o efeito sanfona é um pesadelo em sua vida, saiba como mudar seus hábitos de vida e eliminar de vez os quilinhos indesejados.

Depois de passar uma fase de engorda, emagrece… emagrece, engorda. Acontece o que você mais teme: seu organismo encontra um peso ideal e, pior ainda, esse ideal está longe de ser o que você considera melhor.

O que fazer se a dieta e a atividade física não estão dando mais resultados? Tenha calma e fuja dos resultados rápidos, uma vez que nem sempre o organismo está preparado para isso. “Não é que o exercício deixa de fazer efeito. Após os 15 dias iniciais, a perda de peso torna-se bem mais lenta”, diz a fisiologista Maria Alice de Mello. “A pessoa faz dieta, se anima com o resultado na balança no primeiro mês e depois, consciente ou inconsciente, acaba relaxando, abusando das guloseimas”, acrescenta o endocrinologista Abram Drewiacki.

Evitar cometer algumas loucuras, ter disciplina e paciência ajuda na conquista de resultados positivos, já que eles são lentos e dependem do metabolismo de cada pessoa.

Durante os primeiros 15 dias da atividade física, a perda de peso é maior em função da água. “Os primeiros ‘estoques energéticos’ a serem consumidos, na perda de peso, são os de glicogênio (tipo de açúcar que fica armazenado no fígado e músculos). O glicogênio retém água. Quando se aumenta o gasto energético pelo exercício, visando à perda de peso, os estoques de glicogênio são consumidos antes dos de gordura. Depois, há uma perda, predominantemente, de gordura, mas é um processo lento”, explica a fisiologista.                                                         

Conciliar exercícios aeróbios com anaeróbios pode ser importante não só para a perda de peso, como para fortalecer determinados grupos musculares que proporcionam também benefícios estéticos e elevam a autoestima. “Ainda hoje, existe uma tendência na recomendação do exercício aeróbio para a perda de peso, fundamentada no fato de que, após 30 minutos de atividade, o principal combustível para a contração muscular passa a ser gordura (antes disso é o açúcar”, diz a fisiologista, complementando que nas últimas décadas o exercício anaeróbio (de força) também tem sido indicado porque leva à hipertrofia muscular e ajuda na perda de gordura, já que a musculatura hipertrofiada (cheia de músculos) consome mais energia para a sua manutenção.

 ALIMENTAÇÃO E REMÉDIOS                                                                              

A pessoa perde peso até que o total que ela gasta vai se equilibrando com o que ela come. Se tem 100kg e baixa para 90 kg, terá aumento de apetite e, ao mesmo tempo, o organismo dela gasta menos caloria. “Existem mecanismos de regulação de peso, da mesma forma que existem os de temperatura. A gordura produz uma substância chamada lepetina, que age no cérebro diminuindo o apetite e aumentando o gasto calórico. Ou seja, a pessoa que engorda e fica por um certo tempo com o mesmo peso corre o risco de o cérebro se acostumar com esse peso. A lepetina aumenta, e, em consequência, o cérebro fica resistente a esta substância”, diz o endocrinologista.

O nosso organismo é mais facilmente regulado para cima do que para baixo, ou seja, é mais fácil engordar do que emagrecer. Então, mais importante ainda que a luta para emagrecer é a disciplina para manter o peso conquistado, para que o cérebro tenha tempo para se adaptar com ele. “O peso acaba sendo resultado do ambiente em que vivemos, como as comidas rápidas e o estresse da vida moderna, da genética e do comportamento. É fundamental mudar os hábitos, evitar o sedentarismo, fazer mais exercícios físicos, ter horários certos para a alimentação e uma dieta equilibrada”, aconselha o endócrino.

REMÉDIOS PARA EMAGRECER

O endocrinologista alerta para a ingestão de remédios para emagrecer. “Alguns remédios não têm indicação. Outros podem surtir efeitos colaterais. Aqueles considerados eficazes inibem o apetite ou absorvem gorduras. Agora, chás e extratos de ervas não têm eficácia comprovada. É fundamental consultar um especialista e jamais se automedicar”, conclui.