Bursite e Tendinite!
Dores ao final de uma atividade física? Fique atento(a)!
Com certeza você já deve ter ouvido falar nessas duas doenças: tendinite e bursite. O que, provavelmente, não deve saber é que elas podem aparecer em qualquer ponto do corpo onde há tendões (inflamados) – daí o nome tendinite – ou nos locais onde há bursas (inflamadas): bolsas de paredes finas, com pequena quantidade de líquido – por isso, bursite.
Na prática, os lugares mais comuns para o surgimento das tendinites são: ombros, cotovelos, punhos, quadril e joelhos; e os mais frequentes para o aparecimento das bursites: ombros, cotovelos e o quadril.
Mas afinal, o que causa as inflamações como as diagnosticamos, e quais são seus primeiros sinais de alerta?
Segundo o dr. Mateus Saito, médico ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, há muitas possíveis causas para que as inflamações ocorram: “As tendinites e as bursites podem aparecer em decorrência de doenças reumatológicas, como a gota*; de agentes infecciosos, como as bactérias; e o mais comum, quando a carga solicitada para o tendão ou bursa excede sua capacidade de adaptação”, informa.
O médico aponta ainda que, para essa última causa citada, quem faz exercícios físicos precisa ficar mais atento. “Para as pessoas que praticam atividades físicas, há o risco do excesso de carga e repetições, e execução do treino incorreta, o que gera sobrecarga em um tendão ou bursa. E essa sobrecarga gera microlesões que, somadas, dão a sensação de inflamação”, explica Saito.
Se você sente dor ao final de uma atividade física, que piora ao exercitar um determinado músculo, fique atento(a): há indícios de tendinite ou bursite. “Com o desenvolvimento dessas doenças, podem surgir sinais de inchaços sobre os tendões mais superficiais. Contudo, na maioria dos casos, não há nada perceptível que ateste as inflamações”, ressalta o ortopedista, que faz outro alerta: “Somente com uma boa avaliação médica, uma história detalhada, seguida de exames físicos, além de uma ultrassonografia e/ou ressonância magnética, se pode diagnosticar a tendinite ou a bursite”.
As pessoas com essas inflamações têm uma limitação de movimento. Portanto, para iniciar uma determinada atividade física, os educadores da ACM sempre recomendam um aquecimento específico. E durante o treino, solicitam que tenham atenção especial quanto à amplitude do movimento a ser executado.
Os exercícios com movimentos que exigem uma amplitude maior devem ser evitados por quem sofre com a bursite. E com relação àqueles que padecem de tendinite, é necessário evitar exercícios com sobrecarga na área atingida. Quando estiver em crise, não é recomendável vir treinar de forma intensa. No entanto, os educadores apontam a necessidade dos exercícios leves, porque promovem maior resistência muscular, articular e fortalecimento, especificamente, dos tendões.
Para os atletas de plantão, que queiram ficar longe da tendinite e da bursite, o bom senso e o respeito ao limite do corpo a cada exercício físico e a busca por orientação do educador são os cuidados essenciais que devem ser levados em consideração.
Agora, se não houve a atenção devida, e as inflamações tomaram conta do seu corpo, a recomendação é partir para os tratamentos médicos. “Os tratamentos incluem medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios e técnicas de Fisioterapia, com destaque para os trabalhos de estabilização articular e correção dos movimentos. Quando relacionadas às mãos, ou ao trabalho, técnicas de Terapia Ocupacional e Ergonomia também devem ser utilizadas”, explica dr. Saito.
Ao ser questionado sobre as complicações das inflamações, caso não sejam tratadas adequadamente, o ortopedista aponta que poderá haver a proliferação de células e vasos e dor crônica, e o tratamento medicamentoso e fisioterápico não serão mais suficientes.
Portanto, atente-se aos seus hábitos e cuide-se para evitar o aparecimento das bursites e tendinites. Saúde!
XÔ, TENDINITES E BURSITES!
1 – Sinta seu corpo a cada execução das séries do treino indicado a você;
2 – Aumente a carga em cada sessão, de maneira gradativa, respeitando a capacidade de adaptação do próprio corpo;
3 – Recrute todos os músculos envolvidos com o mesmo movimento, sem sobrecarregar apenas um;
4 – Mantenha uma boa postura, estabilizando as articulações a maior parte do tempo, o que otimizará o movimento das articulações com menor esforço para um mesmo gesto;
5 – Busque SEMPRE orientação do educador da ACM.
*Gota: doença caracterizada pela elevação de ácido úrico no sangue, o que leva a um depósito de cristais de monourato de sódio nas articulações.
Fonte: Revista InformACM- Ano 11 – nº 40 – pág.10